Tipo Titanic: Hutis Afundam Navios no Mar Vermelho e Causam Mortes em Escalada de Ataques

 


Sanaa, 10 de julho de 2025 – O grupo rebelde iemenita Huti, apoiado pelo Irã, intensificou seus ataques contra navios comerciais no Mar Vermelho, afundando duas embarcações em menos de uma semana e causando pelo menos sete mortes. Os incidentes, que marcam a retomada de uma campanha de ataques após meses de relativa calma, reacendem temores sobre a segurança de uma das rotas marítimas mais importantes do mundo.

No domingo, 6 de julho, os Hutis reivindicaram o ataque ao cargueiro de bandeira liberiana e operado por uma empresa grega, o MV Magic Seas, a cerca de 100 quilômetros a sudoeste do porto de Hodeida, controlado pelo grupo. O navio, que transportava ferro e fertilizantes da China para a Turquia, foi alvo de mísseis, drones e barcos armados com granadas propelidas por foguetes. Vídeos divulgados pelos Hutis mostram homens armados invadindo a embarcação e detonando explosivos, levando ao seu naufrágio. Todos os 22 tripulantes foram resgatados com segurança por um navio mercante próximo e chegaram a Djibouti na segunda-feira, segundo autoridades portuárias.

Na segunda-feira, 7 de julho, outro navio, o Eternity C, também de bandeira liberiana e operado por gregos, foi atacado a 50 milhas náuticas de Hodeida. O cargueiro, que seguia em direção ao Canal de Suez, foi atingido por drones marítimos, granadas e barcos rápidos armados. O ataque, que se estendeu até terça-feira, resultou na morte de pelo menos quatro dos 25 tripulantes – compostos por 21 filipinos, um russo e três seguranças armados (um grego, um indiano e um não identificado). Seis tripulantes foram resgatados após mais de 24 horas no mar, mas 15 permanecem desaparecidos. Os Hutis afirmaram ter resgatado alguns sobreviventes, levando-os para um “local seguro”, enquanto os Estados Unidos acusam o grupo de sequestrar membros da tripulação, exigindo sua libertação imediata.

Os ataques, os primeiros desde abril de 2024, quebram uma trégua informal estabelecida em maio entre os Hutis e os EUA, que previa a suspensão de bombardeios americanos em troca do fim dos ataques a navios. No entanto, o grupo afirmou que a trégua não incluía embarcações ligadas a Israel, justificando os ataques recentes pela suposta conexão dos navios com empresas que teriam violado o “bloqueio” huti aos portos israelenses. Dados de navegação indicam que frotas associadas aos operadores dos dois navios fizeram escalas em Israel no último ano.

A escalada ocorre em meio a novos confrontos entre Israel e os Hutis, com ataques aéreos israelenses contra alvos do grupo no Iêmen no domingo, em retaliação aos ataques marítimos. O grupo também disparou mísseis contra Israel, intensificando as tensões regionais. Arsenio Dominguez, secretário-geral da Organização Marítima Internacional (IMO), condenou os ataques, classificando-os como “uma violação renovada do direito internacional e da liberdade de navegação”. Ele destacou que “marinheiros inocentes e populações locais são as principais vítimas”.

Desde novembro de 2023, os Hutis realizaram mais de 100 ataques contra navios no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, alegando solidariedade aos palestinos na guerra entre Israel e Hamas em Gaza. A campanha já resultou em pelo menos oito mortes, o afundamento de três navios e a captura de um outro, além de uma queda de cerca de 50% no tráfego marítimo na região, crucial para o comércio global de petróleo e commodities.

A comunidade internacional expressou preocupação com o impacto econômico e humanitário dos ataques. O Departamento de Estado dos EUA condenou as ações dos Hutis, classificando-as como “terroristas” e prometendo medidas para proteger a navegação. Operações navais como a Prosperity Guardian, liderada pelos EUA, e a Aspides, da União Europeia, continuam a patrulhar o Mar Vermelho, mas não conseguiram impedir os ataques recentes.

Enquanto as buscas pelos tripulantes desaparecidos do Eternity C continuam, analistas alertam que a retomada dos ataques huti pode agravar a crise no Mar Vermelho, aumentando os custos de frete e ameaçando cadeias de suprimento globais. “Enquanto o conflito em Gaza persistir, navios com qualquer vínculo percebido com Israel seguirão em risco”, afirmou Ellie Shafik, da Vanguard Tech, empresa britânica de gerenciamento de riscos marítimos.

Com informações de Reuters, BBC, The Guardian e Associated Press.

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