Madrid, 10 de julho de 2025 — O treinador italiano Carlo Ancelotti, atualmente ao comando da seleção brasileira de futebol, foi condenado a um ano de prisão por fraude fiscal, relacionada com rendimentos obtidos em 2014 durante a sua primeira passagem pelo Real Madrid.
A sentença foi proferida pelo Tribunal Provincial de Madrid, que considerou Ancelotti culpado por ter ocultado rendimentos provenientes dos seus direitos de imagem, utilizando para isso um esquema de empresas sediadas fora de Espanha, com o objetivo de evadir impostos.
De acordo com o Ministério Público espanhol, o treinador deixou de declarar ao fisco espanhol uma parte substancial dos seus rendimentos em 2014, ano em que ainda estava sob contrato com o clube madrileno. Inicialmente, os procuradores pediram uma pena de quatro anos e nove meses de prisão, mas o tribunal optou por aplicar a pena mínima de um ano, tendo em conta que o réu regularizou voluntariamente a sua dívida fiscal em 2021.
Ancelotti foi ainda acusado de fraude fiscal relativa ao ano de 2015, mas acabou absolvido dessa parte, por se considerar que já não residia fiscalmente em Espanha nesse período.
Pena suspensa
Apesar da condenação, o técnico italiano não deverá cumprir pena de prisão efetiva. Em Espanha, é prática comum que penas inferiores a dois anos, aplicadas a réus primários (sem antecedentes criminais), sejam suspensas. Além disso, o facto de Ancelotti ter pago os montantes em dívida influenciou favoravelmente a decisão do tribunal.
Carlo Ancelotti, de 66 anos, é uma das figuras mais respeitadas do futebol mundial, tendo conquistado múltiplas Ligas dos Campeões da UEFA e títulos nacionais em vários países. Em 2023, assumiu o cargo de selecionador do Brasil, com o objetivo de liderar a equipa canarinha no Mundial de 2026.
Até ao momento, nem Ancelotti nem a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) emitiram declarações públicas sobre o caso.