No passado, o diálogo, sobretudo sobre questões de natureza política, com origem em eleições, foi exclusivamente feito pela Frelimo e pela Renamo, excluindo outras forças vivas da sociedade. Do diálogo resultaram consensos, quase sempre, com ganhos para os dois partidos e para o MDM porque representado no parlamento, e não para a democracia e para o povo.
A forma como funcionam os órgãos de governação eleitoral (Comissão Nacional de Eleições – CNE – e Secretariado Técnico de Administração Eleitoral – STAE) e outras instituições do Estado, que são sempre factor de instabilidade, como acontece, neste momento, é dis- so exemplo.
O Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD) defende que conduzir um diálogo apenas com os candidatos presidenciais e seus partidos é manter esse modelo polarizador que se mostrou ineficaz e nocivo. Para o CDD, o diálogo deve ser o mais inclusivo possível, até tendo presente que a actual crise, apesar de ter nas eleições o seu mote, envolve questões económicas e sociais.