O jornalista moçambicano Tomás Viera Mário afirmou, ontem, durante uma mesa-redonda organizada pelo Instituto para a Democracia Multipartidária, que Moçambique já não possui um Estado funcional, mas apenas "restos de Estado". Segundo ele, a situação é evidente até mesmo nas manifestações, onde as forças militares têm se mostrado alinhadas a esses de manifestações. Na mesma ocasião, Tomás Viera Mário sublinhou que o actual cenário é extremamente perigoso, a ponto de cidadãos saturados divulgarem informações sensíveis, como a localização e moradia de determinadas figuras públicas.
Viera Mário também alertou para os sinais de colapso estatal em Moçambique e avança que o conflito pós-eleitoral pode levar o país a uma situação comparável à crise enfrentada pelo Ruanda no passado.
Quanto aos processos movidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Venâncio Mondlane, o jornalista avaliou que tais ações "não têm pernas para andar". Para ele, a PGR precisa deixar de agir como um órgão político, retomando seu papel institucional e imparcial.