O Ministério dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique anunciou que os parceiros da Área 4 da Bacia do Rovuma, ao largo da costa da província nortenha de Cabo Delgado, poderão mudar, uma vez que a empresa portuguesa de petróleo e gás Galp decidiu vender a sua posição à petrolífera dos Emirados Árabes Unidos, ADNOC, no consórcio de exploração de gás natural, informou na segunda-feira, 27 de Maio, a Agência de Informação de Moçambique.
A informação é veiculada por um comunicado do Ministério, que surge depois de a empresa portuguesa ter anunciado ter chegado a acordo com a ADNOC para vender por cerca de 41,1 mil milhões de meticais (650,7 milhões de dólares) a sua posição no consórcio de gás natural da Área 4.
O acordo entre a Galp e a ADNOC prevê pagamentos adicionais contingentes de 6,3 e 25,2 mil milhões de meticais (100 milhões e 400 milhões de dólares, respectivamente) com a decisão final de investimento do Coral Norte e do Rovuma LNG.
“De acordo com a legislação em vigor, esta transacção está sujeita à aprovação dos parceiros da Área 4, bem como do Governo, que, através das autoridades competentes, terá de calcular as respectivas mais-valias”, lê-se na nota.
Segundo a imprensa portuguesa, a Galp decidiu vender as suas acções em Moçambique e vai usar o dinheiro para continuar o seu investimento na Namíbia. A decisão pretende melhorar a posição negocial da empresa com futuros parceiros e libertá-la do risco do terrorismo islâmico em Cabo Delgado.
Na Área 4 da Bacia do Rovuma, o gás natural liquefeito (GNL) é produzido e exportado desde 2022 através do Projecto Coral Sul FLNG (Floating Liquefied Natural Gas). Recentemente, os parceiros desta área manifestaram interesse em desenvolver o Projecto Coral Norte FLNG, uma réplica do Coral Sul, que se encontra em processo de avaliação e aprovação pelo Governo. (DE/AIM)